Os avanços e as principais novidades sobre o câncer de mama
A Oncologia de Precisão analisa 70 genes selecionados de um tumor retirado da mama e separa os pacientes em grupos de baixo ou alto risco
A Oncologia de Precisão se tornou a melhor opção de aperfeiçoamento das indicações de formas de tratamento do câncer de mama, evitando o uso da quimioterapia adjuvante em 46% das pacientes para as quais o tratamento é desnecessariamente indicado. Com o auxílio desta nova visão médica quanto ao tratamento oncológico, surge o teste genético MammaPrint.
Aprovado pelo US Food and Drug Administration (FDA) norte-americano, MammaPrint é um teste genético que avalia moléculas contidas em um tumor retirado da mama. O teste analisa 70 genes selecionados a partir de uma análise do material e separa os pacientes em dois grupos distintos – de baixo risco ou alto risco. Com uma precisão de 98,9% na classificação de pacientes e reprodutibilidade técnica de 98,5%, o teste mensura a probabilidade de o tumor voltar nos próximos anos, tendo como base dados de outras mulheres que tiveram o mesmo tipo de tumor.
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Segundo o médico oncologista e coordenador do Serviço de Oncologia do Hospital das Clínicas da UFMG, André Murad, antes de conhecer a importância da biologia dos tumores, os médicos imaginavam que um tratamento mais agressivo, tanto com cirurgia quanto com quimioterapia, seria mais eficaz. “No entanto, ao conhecer as características biológicas e de agressividade de cada tumor se torna possível a seleção de um tratamento mais adequado para cada paciente”, ressalta.
Murad explica que em tratamentos tradicionais do câncer de mama, oncologistas e mastologistas sugerem como tratamento a cirurgia, radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia. “O objetivo da cirurgia é a retirada do tumor, a radioterapia esteriliza focos microscópicos de eventuais lesões residuais, e o tratamento com remédios tem por objetivo reduzir o risco de retorno da doença”, diz.
Entretanto, o médico aponta que para desenvolver técnicas que aperfeiçoe este conhecimento, o primeiro passo é conhecer as características de patologia convencional dos diferentes tumores de mama. Ainda é preciso identificar as características apresentadas por testes imuno-histoquímicos, que diferenciam tumores em hormônios responsivos ou não. “A terceira etapa é identificar a presença de superexpressão de uma proteína chamada de HER 2, que permite que seja oferecido um tratamento específico para os tumores que apresentam esta proteína superexpressa. A quarta etapa envolve a identificação de alterações genéticas por meio da análise do perfil molecular do tumor, que permite o conhecimento das características biológicas de cada tumor, e a definição do prognóstico de um tumor especifico e que por isto, contribui para a seleção do melhor tipo de tratamento para cada paciente”, finaliza.
Este post é uma contribuição Naves Coelho BH para o Guia BH Mulher
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