Touca gelada reduz queda de cabelo em pacientes com câncer
Sistema de resfriamento do couro cabeludo atua durante a quimioterapia e diminui a alopecia relacionada ao tratamento
A queda do cabelo durante o tratamento do câncer, um dos efeitos colaterais mais traumatizantes da quimioterapia, pode ser reduzida com uma nova tecnologia presente em diversas clínicas de oncologia de todo o país. O sistema, criado no Reino Unido pela empresa Paxman, pioneira no mundo, consiste em um equipamento para resfriamento da cabeça que é usado antes, durante e depois da aplicação da quimioterapia. Em 50% dos casos, os pacientes tratados relataram a diminuição da alopecia a ponto de não precisar usar lenço ou peruca.
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O sistema Paxman, uma máquina ligada a uma touca especial, resfria o couro cabeludo do paciente a uma temperatura entre 18ºC e 22ºC, o que permite a menor absorção dos fármacos nessa região e, por isso, diminui a queda do cabelo. Por ser um equipamento médico, estudos garantem a segurança do paciente e a eficácia do tratamento, sendo o único no Brasil com aprovação da FDA (agência que regula os medicamentos nos Estados Unidos) e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Por inibir a absorção das drogas na região do couro cabeludo, o resfriamento não é indicado para os tipos de câncer hematológicos ou para alguma alergia ao frio. Desde que surgiu, o sistema Paxman tem sido mais usado em mulheres que sofrem com câncer de mama (Leia aqui: Os avanços e as principais novidades sobre o câncer de mama), mas já começa a ser aplicado em homens e em outros tipos de câncer sólidos.
Mais de 100 mil pessoas em 64 países já utilizaram o sistema Paxman desde que foi criado em 1997. No Brasil, cerca de mil pacientes já fizeram uso do método nos principais centros de referências, como Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Sírio-Libanês, Rede D´Or e Grupo Oncoclínicas, além das clínicas privadas. Apesar de ter chegado ao país em 2013, pelo desconhecimento da técnica, ainda não é usado como rotina. Para utilizar o sistema, a Paxman não apenas comercializa o equipamento, mas treina os técnicos responsáveis pela aplicação do tratamento. “O treinamento correto dos operadores do equipamento é essencial para garantir a eficácia do tratamento, que só funciona bem se for usado sem interrupção do início ao fim da quimioterapia”, explica Gustavo Spritzer, responsável pela Paxman no Brasil.
A eficácia na redução da queda de cabelos foi comprovada por dezenas de estudos realizados pela empresa britânica ao longo de mais de 20 anos. Apesar do número de pacientes com algum efeito colateral ser quase insignificante, as únicas reações que puderam ser observadas foram dor de cabeça, frio e náusea, mas têm sido reduzidas com a evolução das novas gerações de toucas.
A queda de cabelo causa danos que vão muito além do aspecto visual nos pacientes. As consequências são graves e estão ligadas diretamente a problemas de autoestima (Leia aqui: A autoestima no tratamento do câncer de mama), depressão e, em alguns casos, até desistência do tratamento. “Evitar a queda de cabelo permite que você fique bem consigo, mantenha a dignidade e autoestima elevada. Além disso, as pessoas não te identificam como alguém doente. Usar o sistema me ajudou a manter a confiança”, relata Patrícia Melo, de 45 anos, que passou por tratamento para câncer de mama e realizou quatro sessões de quimioterapia com o uso do sistema Paxman.
A aplicação do sistema é simples: pacientes vestem uma touca anatômica que fica conectada diretamente a uma máquina. A touca é colocada cerca de 45 minutos antes e não pode ser retirada até uma hora e meia depois da infusão das drogas para o câncer. O procedimento completo permite que o couro cabeludo fique estavelmente resfriado, o que causa diminuição do fluxo sanguíneo nos folículos capilares e evita ou reduz a perda dos fios.
O custo do tratamento é variado, depende do hospital ou clínica que o conduz, mas ele costuma variar entre R$ 200 a R$ 500 por sessão de resfriamento. O número de sessões varia de acordo com a duração do tratamento quimioterápico.
Para o oncologista da Rede D´Or Gilberto Amorim, que atua no tratamento de câncer de mama desde o início dos anos 90, a utilização do sistema de resfriamento é um diferencial durante a quimioterapia. “As mulheres têm uma relação ímpar com o cabelo e até lidam bem com outros efeitos colaterais do tratamento quimioterápico, como náuseas. A queda de cabelo é realmente algo devastador para toda mulher e tem um impacto psicológico fortíssimo. A possibilidade de prevenir ou minimizar este efeito do tratamento traz uma mudança impactante para o paciente e a maneira como enfrentará a doença”, afirma.
Este post é uma contribuição da assessoria da Paxman Brasil para o Guia BH Mulher
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