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Você sabe o que é uma crise de pânico? Entenda o que é e como tratar!
A crise de pânico parece um ataque cardíaco: aumento nos batimentos, respiração acelerada, tontura e, até mesmo, dores no peito. Junto a isso tudo, vem o medo de morrer. Você já se sentiu assim ou conhece alguém que passou por isso?
Por ser semelhante a um infarto, muitas pessoas buscam um cardiologista após a crise, achando que estão sofrendo do coração. Depois de realizarem exames, descobrem que está tudo bem com a sua saúde física e, às vezes, se esquecem do assunto.
Acontece que as crises estão relacionadas à ansiedade e podem contribuir com o desenvolvimento da síndrome do pânico. Quer saber mais sobre isso? Continue lendo a matéria e as dicas da dra. Luciana Mancini Bari, médica do Hospital Santa Mônica!
O que pode causar crises de pânico?
Ainda não existe um consenso na ciência sobre o que causa as crises de pânico. Já se consideram, no entanto, algumas hipóteses:
- genética;
- traumas (acidentes, abuso sexual, etc.);
- episódios de estresse extremo;
- acúmulo de tensões;
- problemas no sistema fisiológico;
- ansiedade;
- depressão;
- baixa autoestima;
- sentimento de culpa;
- uso de drogas;
- efeito colateral de medicamentos.
Ao contrário do que muitos pensam, a crise de pânico não está relacionada a uma situação em que o indivíduo sente um medo extremo. Esses episódios estão mais relacionados à reação do corpo do que ao evento que o causou, propriamente dito.
As crises podem acontecer com pessoas a partir dos 15 anos de idade, mas são mais comuns entre os 25 e 40 anos. Nas crianças, a ocorrência é menos comum, mas não é impossível. Geralmente, os episódios duram alguns minutos, mas podem levar até algumas horas, a depender do caso.
Outra característica das crises de pânico é que elas não têm hora para acontecer. Pessoas que já passaram por essa experiência relatam que estava tudo normal e, de repente, começaram a sentir os sinais.
Quais são os sintomas da crise de pânico?
Como você já sabe, os sintomas da crise, também chamada de ataque de pânico, são semelhantes aos de um infarto. Confira:
- taquicardia;
- náusea;
- formigamento dos membros ou rosto;
- sudorese;
- respiração acelerada;
- dores no peito;
- tontura;
- sensação de falta de ar;
- muito calor ou muito frio;
- tremores;
- medo.
Qual é a diferença entre crise e síndrome do pânico?
A principal diferença entre os dois é a frequência. Uma pessoa pode ter uma crise de pânico e nunca mais passar por essa experiência. Nesse caso, não pode ser considerado que ela sofre de síndrome do pânico. No entanto, quando as crises são frequentes, o paciente pode ser diagnosticado com a doença.
A recorrência varia muito de acordo com cada caso — os ataques podem acontecer uma vez no ano, mensalmente ou, até mesmo, todos os dias. Também acontece de a pessoa sofrer muitos ataques em um curto período de tempo e, depois, passar meses ou até anos sem episódios.
A síndrome do pânico é uma doença mental mais comum do que se imagina. A Organização Mundial da Saúde estima que 4% da população mundial sofram com o transtorno, ou seja, cerca de 280 milhões de pessoas.
Os indivíduos que são diagnosticados com a doença também costumam ter outros sintomas, além daqueles observados durante as crises:
- preocupação exagerada em relação à saúde: passam a pensar no assunto diariamente e chegam a visitar médicos sem que haja uma real necessidade;
- agorafobia: medo de sair de casa, estar em espaços públicos e ter contato com outras pessoas;
- depressão;
- ansiedade;
- medo do ataque de pânico.
Como é feito o diagnóstico?
O médico psiquiatra é o único que pode diagnosticar tanto a síndrome quanto um ataque de pânico. A consulta com esse especialista é fundamental para a identificação da doença, já que os transtornos psiquiátricos têm sintomas muito semelhantes e somente esse profissional saberá distingui-los da maneira correta.
Para chegar a uma conclusão sobre o quadro do paciente, o médico vai solicitar alguns exames. Entre eles, eletrocardiograma, teste ergométrico, tomografia, ressonância magnética, exames laboratoriais e de hormônio e outros que julgue necessários.
Como agir diante de uma crise de pânico
Agora que você já sabe o que é uma crise de pânico e como diferenciá-la do transtorno, deve estar se perguntando sobre o que fazer caso passe por essa situação. O primeiro passo é ter em mente que qualquer atitude abrupta pode piorar a crise. Por isso, é preciso manter a calma.
Depois, você deve se concentrar e respirar de forma correta. O indicado é fazer isso dentro de um saco de papel. Assim, ao voltar a inspirar, o dióxido de carbono volta ao organismo, o que ajuda a normalizar a acidez do sangue.
Outra atitude que pode ajudar é buscar um local tranquilo e ficar lá até que a crise passe. Encoste numa parede, feche os olhos e desvie o foco do seu pensamento. Você pode se concentrar nos sons que consegue escutar, nas texturas que está tocando, nos cheiros e nos sabores que sente.
Depois da crise, anote tudo o que aconteceu antes do evento. Assim, com o passar do tempo, você vai poder identificar padrões e trabalhar para neutralizá-los.
Como ajudar alguém que esteja passando por isso?
Se você conhece alguém que sofre com crises de pânico e quer saber como ajudar essa pessoa, deve dar o primeiro passo que indicamos no tópico acima: manter a calma e evitar atitudes abruptas. Quando for conduzir a pessoa para um lugar calmo, não a toque e nem a puxe pelo braço — convide-a para que acompanhe você até lá.
Ao longo da crise, faça perguntas de forma gentil, em tom suave, com o objetivo de tirar o foco do indivíduo do problema e fazê-lo se concentrar em outras coisas.
Como é o tratamento?
O tratamento da síndrome do pânico deve começar logo após o diagnóstico da doença, sendo realizado por uma equipe multidisciplinar de saúde, com médico, psicólogo, assistente social e conselheiros. No início, o paciente é tratado com medicamentos (antidepressivos e ansiolíticos) e psicoterapia. Em casos extremos, a internação pode ser necessária.
O tratamento pode ser pontual ou durar a vida toda — depende de cada caso e da evolução do paciente. Enquanto passar por ele, é contraindicada a ingestão de algumas substâncias, como café, cigarros, bebidas alcoólicas e outras drogas. O apoio de familiares e amigos também é um fator importante no tratamento das crises de pânico.
Atualmente, qualquer pessoa está sujeita a sofrer crises de pânico. Com a rotina agitada, o excesso de compromissos e o estresse do dia a dia, as angústias são muitas e nem todos conseguem lidar com esses sentimentos.
Se você já vivenciou uma crise de pânico ou quer ajudar alguém que enfrenta esse tipo de situação, entre em contato com o Hospital Santa Mônica! Temos mais de 50 anos de experiência no tratamento de doenças psiquiátricas e uma infraestrutura completa para o atendimento!
Este post é uma contribuição Hospital Santa Mônica para o Guia BH Mulher
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