Foto: Roberto Hund/Pexels
Gordofobia: modelos plus size ajudam a romper preconceitos
A presença de modelos de tamanhos maiores em catálogos, desfiles de moda e publicações nas redes sociais tem movimentado debates contra a gordofobia.
Utilizada para se referir a qualquer aversão por pessoas com excesso de peso ou obesas, a gordofobia é uma realidade presenciada por muitos homens e mulheres no Brasil. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Mind Miners sobre o assunto, 51% dos entrevistados disseram ter sido alvos desse tipo de preconceito em relações amorosas, de amizade e familiares, enquanto 35% declarou já ter sofrido gordofobia também no ambiente de trabalho.
A pesquisa pontua que 75% apontam que seria inspirador ter mais pessoas gordas em papéis de destaque na mídia, para ajudar a combater o estigma. É nesse cenário que a presença de modelos plus size em desfiles de moda, campanhas publicitárias e catálogos nas redes sociais colaboram para uma reflexão sobre o fim da gordofobia, trazendo mais representatividade e inclusão entre as marcas e consumidores.
O poder da imagem plus size
Os catálogos e desfiles de moda, além de serem vistos como referência nas tendências do vestuário, são também promotores de imagem e identificação para o público. Durante muito tempo, o uso frequente de modelos magros ajudou a reforçar a ideia de um padrão de beleza e, com isso, aumentar as críticas e piadas a qualquer pessoa que não se encaixasse nesse estereótipo.
Ao trazer nomes como Ashley Graham, Tess Holiday, Fluvia Lacerda, Rita Carreira e tantas outras modelos plus size, as empresas mostram pluralidade, geram identificação entre seus consumidores e ajudam a combater a gordofobia. Para a modelo de 26 anos Mayara Morresi, a representatividade é uma forma de
trazer acolhimento para as pessoas e a presença dessa pauta na indústria da moda abraça a individualidade de quem veste números maiores.
“[A representatividade] É extremamente necessária, tanto para mulheres gordas que não se veem nas campanhas publicitárias, quanto para o público geral que precisa se acostumar com essas mulheres em locais de destaque. A sociedade tem que entender que mulheres gordas existem, consomem, são lindas e poderosas, independentemente do corpo que têm”, destaca.
Mudança de cenário
Modelos plus size têm se tornado cada vez mais frequentes em empresas e agências. Esse crescimento tem influenciado também a indústria têxtil que, ao apostar no setor, presenciou um aumento nos números de venda. Segundo informações divulgadas no Relatório Setorial 2021 da Associação Brasil Plus Size (ABPS), o segmento cresceu cerca de 21% nos últimos três anos, movimentando aproximadamente R$ 7,6 bilhões.
Os debates que a inserção de modelos plus size, em um cenário que seguiu padrões estéticos durante muito tempo, têm provocado também reflexões na sociedade.
Ainda de acordo com pesquisa realizada pelo Mind Miners, 71% das pessoas concordam que empresas de todos os segmentos deveriam repensar o padrão de modelos e atores que utilizam em seus anúncios. No mesmo levantamento, 76% afirmam que a questão de diversidade de corpos deveria ser ainda mais presente nos anúncios e comerciais de marcas do setor de moda e beleza, para ajudar a combater a gordofobia.
A modelo Mayara Morresi já precisou lidar com o preconceito em sets de trabalhos e em ensaios fotográficos na rua. Ela acredita que debates são essenciais para construir uma sociedade mais acolhedora à diversidade.
“Estamos caminhando a passos lentos, mas já é possível encontrar mudança. A gordofobia precisa ser abordada mais abertamente, para que aqueles que a cometem revejam seus comportamentos e para que os afetados entendam que não há nada de errado em ter o corpo que se tem. É preciso que haja mecanismos para lidar com um sistema que, dia após dia, tenta destruir sua auto estima. Abordar esse tema de forma frequente nos torna mais humanos e dispostos a acolher a diversidade”, ressalta.
Este post é uma contribuição exclusiva da Gloss Model através da Experta Media para o Portal BH Mulher
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