Cirurgia plástica: quando ela não é recomendada
Apesar de ser cada vez mais comum, Dr. Daniel Rufatto enumera seis motivos
que levam o médico a recusar um procedimento
Muita gente acredita que a cirurgia plástica é a solução para qualquer insatisfação com o corpo. Em muitos casos, ela é bem-vinda e realmente procedente, mas quando pode ser considerada arriscada ou desnecessária? De acordo com o cirurgião plástico Dr. Daniel Ruffato, existem diversos fatores que levam o especialista a recusar um procedimento. “Todo médico responsável e com ética só confirmará – ou negará – uma cirurgia após preencher uma lista de requisitos do paciente, que envolvem desde a condição física, verificados a partir de exames laboratoriais, assim como aspectos psicológicos”, explica o especialista, que enumera abaixo alguns impeditivos:
1)Exames alterados. “Quando encontramos algum exame alterado seja ele de sangue, urina, cardiológico ou de imagem, sempre buscamos corrigir ou tratar estas alterações para que não tenhamos problemas durante a cirurgia. É importante lembrar que cada tipo de cirurgia plástica possui um risco específico, por isso é importante discuti-lo com o médico. Há riscos de infecção no local, formação de queloide, má cicatrização, ruptura dos pontos, rejeição e caso algum exame esteja alterado nunca devemos realizar a cirurgia pondo em risco a saúde do paciente”, informa Ruffato.
2)Riscos mais altos do que os benefícios. O procedimento só poderá ser realizado quando houver uma correção ou compensação completa do problema. “Quando há fatores que aumentam o risco do insucesso, não é uma prática segura. Doenças cardiocirculatórias, doenças pulmonares, distúrbios autoimunes, distúrbios do colágeno, são contraindicações absolutas. Diabete descompensada, hipertensão arterial, obesidade, tabagismo, entre outras são contraindicações relativas”.
3)Estou na idade certa? A plástica não é recomendada até os 16 anos, tanto pelas mudanças pelas quais o corpo está passando, quanto pela imaturidade que pode estar envolvida nessa decisão. “O desenvolvimento das mamas, por exemplo, só deverá estar completo após os 16 ou 18 anos. É um tipo de procedimento que pode esperar o desenvolvimento natural do corpo e, após isso, optar ou não pela cirurgia. Quanto mais velho o indivíduo, mais chances do corpo não reagir como o previsto. Nesses casos, recomendam-se exames pré-operatórios mais investigativos. O risco mais grave e geralmente fatal é o tromboembolismo pulmonar (TEP), relacionado à trombose venosa profunda, quando coágulos sanguíneos chegam ao pulmão, condição associada a fatores de risco do paciente”.
4)Intenção errada da plástica. Quando a vontade de fazer uma cirurgia é para tentar agradar outra pessoa, como tentar manter um casamento ou achar que terá uma promoção no trabalho, o motivo está errado e o objetivo final pode ser frustrante. “A plástica só é válida se for feita para você, não para os outros, e ela não garante esse tipo de solução. O ideal seria o acompanhamento psicológico antes de qualquer procedimento cirúrgico”.
5) Obsessão em “corrigir problemas”. Se a pessoa só pensa em plástica, se já deixou de sair de casa por vergonha do seu corpo, ou se já fez diversas cirurgias por vaidade, pode ser que o assunto tenha virado uma fixação, o que é um alerta para o médico. “Esta obsessão em corrigir ‘falhas’ acaba levando a uma busca incessante por expectativas que podem não ser atingidas nunca, provocando angústia constante sobre sua imagem. Nestes casos é indicado um acompanhamento psicológico”.
6)Não ter clareza do que realmente espera da cirurgia plástica. É importante que o paciente esteja bem ciente de quais resultados deseja com a cirurgia, mas também certo de que não é possível copiar um nariz de uma celebridade, por exemplo. “A pessoa não pode ter desejos vagos do que espera da cirurgia, mas precisa saber que cada um tem suas particularidades”.
Para Dr. Rufatto, refletir muito antes de buscar uma cirurgia plástica é essencial. “Pense muito sobre seu objetivo e tire todas as suas dúvidas com um especialista, sempre ciente de que a cirurgia plástica é um recurso para o seu bem-estar, mas tem limites”, finaliza.
PERFIL DR. DANIEL RUFATTO
Especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica, o Dr. Daniel Rufatto, médico graduado em Medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes, atua na área cirúrgica há 11 anos. Rufatto iniciou sua carreira no Hospital Jaraguá, onde realizou uma residência de dois anos e recebeu o título de Especialista em Cirurgia Geral pelo Ministério da Educação, MEC. O profissional ingressou em residência no Hospital dos Defeitos da Face, em São Paulo, obtendo o Título de Especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Sua dedicação à Cirurgia Plástica Reparadora e Tratamento de Queimados o fez permanecer quatro anos no Corpo Clínico Titular do Hospital dos Defeitos da Face, sete anos na Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro e se voluntariar no Hospital Abreu Sodré (A.A.C.D).
Há sete anos, Rufatto mantém um consultório próprio que tem como foco a Cirurgia Plástica Estética, realizando procedimentos de próteses mamárias, mamoplastias, abdominoplastia, lipoaspiração, cirurgias faciais (como rinoplastia e blefaroplastia para correção das pálpebras), lipoaspiração, entre outros.
Este post é uma contribuição da Parágrafo Comunicação para o Guia BH Mulher
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