Dieta Cetogênica
A endocrinologista Dra. Paula Pires da Clinica Essenza – São Paulo, explica o que é e como atua no organismo a “Dieta Cetogênica”.
Recentemente o cantor sertanejo Luciano surpreendeu ao aparecer publicamente bem mais magro. O que claro, despertou curiosidade sobre a dieta adotada pelo artista. As perguntas são as mesmas até nos consultórios médicos. Essa é mais uma dieta da moda? É a melhor dieta dos últimos tempos?
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Ao iniciar o processo de emagrecimento, a maioria das pessoas busca uma dieta que acaba com a fome. Estudos recentes demonstram que essa dieta pode existir, e que o mecanismo para inibir a fome é denominado cetose. Certas dietas, pobres em carboidratos e com poucas calorias, chamadas em inglês de very low calorie diet, ou seja, dieta de baixas calorias (menos de 800 calorias por dia) aumenta a queima de gordura livre, levando o fígado a produzir alguns ácidos: beta hidroxibutirato e acetoacetato, que podem ser chamados também de corpos cetônicos ou cetonas.
Esse processo acontece, pois o corpo “se vê” com pouco carboidrato, ou seja, pouca glicose (principal fonte de energia). Como mecanismo de defesa, acaba localizando fontes de energia alternativas: a própria gordura do corpo. Ou seja, ao queimar a gordura corpo, este entra no processo de cetose.
“A cetose melhora a saciedade e reduz o apetite (fator ainda em estudo). Mas pesquisas garantem que com dietas cetôgenicas, (mesmo hipocalóricas 600-800 calorias por dia, que resultam em grande perda de peso) a fome pós dieta não aumenta tanto como nas dieta convencionais. Pois o aumento dessas cetonas está relacionado à regulação dos hormônios das fome, que ficam desregulados após o processo. Ou seja, dizer que essa dieta inibe a fome, seria muito otimismo. Mas, a grande descoberta é o fato da mesma não permitir a fome rebote que estamos tão acostumados a acompanhar.” Explica Dra. Paula Pires.
A Dieta Cetogênica possui 3 fases: ativa, reeducação e manutenção. São refeições com proteínas de alto valor biológico. Cada refeição contém 15 g de proteína, 4 g de carboidratos e 3 g de gordura, com aproximadamente 100 calorias por refeição (as mesmas são entregues em envelopes e podem virar panquecas, bolinhos, shakes e etc). Associado aos envelopes estão liberados legumes de baixo índice glicêmico e uma porção de azeite de oliva. “O sabor, não é dos melhores. Costumo falar para meus pacientes que é difícil, e exige preparo psicológico. Funciona como remédio em forma de comida ou comida de astronauta”. Conclui a endocrinologista.
A fase ativa (30-45 dias pode variar dependendo dos resultados) contém no máximo 800 calorias, e é justamente a fase de cetose. No qual se observa maior perda de peso. Pacientes chegam a perder 80% do peso que precisam eliminar.
Durante a segunda fase 2, reeducação, a cetose é suspensa e o paciente vai incorporando gradualmente comidas naturais e saudáveis. Ou seja, o paciente começa com uma dieta restrita, perde bastante peso e aos poucos vai voltando a uma dieta normal, de 1200-1800 calorias, balanceada e saudável. “Os estudos comprovam as vantagens: perder peso rápido, no início de uma dieta, ao contrário do que muitos pensam, é bom, pois melhora a aderência e ânimo do paciente a continuar uma dieta (se o paciente perde 5 kg em 10 dias, ele se sente motivado, agora se perder 1-2 kg por mês, logo, logo ele sai da dieta).
Dra. Paula Pires diz que fadiga, dor de cabeça, fraqueza muscular, náuseas e aumento do acido úrico, acontecem mais na dieta cetôgenica. Porém, são sintomas transitórios e desaparecem após as primeiras semanas. Ou seja, não é fácil, requer organização e força de vontade para persistir. É importante destacar a fase de manutenção precisará ser seguida para sempre para a manutenção do peso perdido.
Dra. Paula Pires, endocrinologista da Clínica Essenza, atende todas as faixas etárias, desde a infância, seguindo o crescimento, a puberdade e o desenvolvimento até o envelhecimento e suas alterações hormonais características.
Este post é uma contribuição da assessoria da Clínica Essenza para o Guia BH Mulher
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