Você só come ou também pensa magro?
Especialista em psicologia do emagrecimento explica porque a dieta começa de dentro para fora
Em uma época em que as redes sociais explodem com fotos sobre cada segundo das vidas das pessoas, a busca pelo corpo perfeito – para saírem bem nessas fotos – é incessante. E não só as mulheres, como também os homens, procuram as mais inusitadas formas de emagrecer – sem ter trabalho. Dietas extremamente restritivas, shakes e sucos detox milagrosos que prometem enxugar 5kg em uma semana… Apelam até para remédios perigosos sem prescrição médica. Tudo isso para parecerem “menos cheinhos” em uma roupa no final de semana. Aí eu te pergunto, e depois da festa? Engordar tudo de novo é o que você quer? Claro que não. Então precisa mudar sua forma de pensar e se relacionar com a comida.
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A psicóloga e coach em emagrecimento, Michele Intrator, explica “Emagrecimento é um processo. Eu ouço muitas pessoas dizerem que é ‘só fechar a boca’, mas não é por aí. Se fosse simples seguir uma dieta, todos os seguidores das blogueiras fitness estariam esbeltos, mas mudar hábitos não é algo simples e é por isso que a reeducação alimentar começa na cabeça. Se você está correndo na esteira da academia, você não vai desligá-la de uma hora para outra, porque você vai cair. É o mesmo raciocínio para dietas.” diz.
Segundo a especialista, as pessoas buscam resultados rápidos, imediatos e, por isso, se frustram. “As pessoas procuram nutricionistas, se matriculam na academia, compram todos os vegetais e legumes da lista, mas estipulam um tempo – muitas vezes irreal – para perderem os quilos que querem perder. E se no decorrer desse tempo o resultado não for visivelmente grande, param.” afirma Michelle. “É importante encarar o emagrecimento como algo para a vida toda, e não apenas para diminuir dois números da calça. Você estará investindo tempo, dinheiro, fazendo sacrifícios… Faz realmente a diferença se estiver fazendo por você mesmo e não por outro motivo, para poder entrar com serenidade no processo.”, conclui.
De acordo com Michele, a ansiedade é uma das principais razões para desistências, por aumentar a vontade emocional de comer. “Por isso essas milagrosas de uma semana, não funcionam. E o principal motivo é a própria pessoa: ela sente tanta fome, seu humor é alterado e se torna tão desanimador, que desiste. E fica frustrada, porque acha que se nem uma dieta de uma semana ela consegue seguir, não pode nem imaginar uma reeducação alimentar. Se consideram mais fracas dos que a comida” diz.
A psicóloga ressalta ainda que é primordial aceitar que o processo de emagrecimento, assim como todas os outros na vida, não é perfeito. Se você não resistiu àquele brigadeiro depois de comer a salada no almoço, não significa que por causa disso, sua dieta é um fracasso e não adianta mais continuar. O importante é adotar estratégias bem definidas para quando decidir sair da dieta e para voltar, porque a tendência é adotas pensamentos “tudo ou nada” – ou faço tudo direitinho ou não faço nada. E na vida real não funciona assim. Ter flexibilidade é fundamental. O acompanhamento de um profissional em nutrição também é imprescindível para prescrever a melhor combinação de alimentos. Ninguém gosta de se esforçar sem ser recompensado no futuro. Inicialmente é tudo muito novo e é normal ter uma resistência inicial do seu corpo e sua mente a essa mudança. Mas o legal do trabalho é que com o tempo a dieta não é mais um sacrifício. Você aprende que não precisa passar fome e nem se privar dos prazeres da mesa para emagrecer e, assim, gradativamente e sem perceber surge um novo estilo de vida.
A especialista ainda dá dicas de coisinhas para se fazer no dia-a-dia, que treinam o pensamento e evitam a autosabotagem:
1. Se livrar dos lanchinhos engordativos. Se você procura deixar chocolatinhos, bolos, ou qualquer outro tipo de docinho dentro da sua gaveta no trabalho, do criado-mudo em casa, ou até mesmo na geladeira “para não desperdiçar”, mude isso. “Dificulte seu acesso a essas tentações.”
2. Se for a um buffet self-service, olhe tudo o que está ao seu dispor primeiro, antes de começar a colocar no prato, assim você já tem uma ideia do que escolheria e não acaba pegando “um pouquinho de cada” e enchendo mais o seu prato.
3. Aprenda a distinguir necessidade de desejo. Identifique o que você sente e pensa antes de comer. Não coma no automático.
4. Se ocupe o máximo possível. Isso ajuda a canalizar a sua ansiedade e diminui o a vontade de comer.
5. Diminua o tamanho dos pratos. Assim suas porções também reduzirão.
6. Evite comer vendo TV. “Seu cérebro não estará completamente focado na comida e demorará a reconhecer a saciação.”, ressalta.
Este post é uma contribuição da assessoria da Sopa Clinic para o Guia BH Mulher
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