HUMANO OU PALHAÇO?
Por Kátia Storch
Estou em pedaços colados
pelos anos que nos gastam.
Gastam mas a gente remenda,
Faz uma pipa e colore a vida.
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Por um tempo, virei flor no deserto
e aquietei-me ali, feliz,
Um vendaval me lançou longe
hoje estou sem raízes.
Sinto- me exposta
alma sangrando
cheia de amor fraterno
e também de revolta.
Finjo alegrias e choro baixinho.
Visto-me de palhaço
encho a praça de gargalhadas
e dentro de mim, nenhum riso que afaga.
Nunca amadureci. Amadurecer é desprender-se
as doçuras infantis, do encantamento com
a roda gigante, o circo, o gatinho
que mia no telhado.
Cresci não crescendo,
acreditando nas palavras ditas
como verdades e abraçando-as
como se abraça uma irmã ou um amigo.
Continuo caindo e levantando,
acreditando que pelas ruas existem humanos
e as vezes, muitas vezes, as ruas doem minha alma.
A humanidade se vestiu de medo, medo de não doar.
Assim, mesmo doendo, quando encontro um humano
que parece ser de verdade, sorrio de contentamento.
Mais muitas vezes percebo,
que este humano também está pela metade.
E quem está pela metade,
jamais se doa por inteiro.
Fraternidade não se constrói com o medo
e sim, com verdade. Doces gestos de amor e bondade.
Ah, quanto desejo, ver humanos de verdade!
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BLOG CAFÉ COM PALAVRAS POR KÁTIA STORCH
SOBRE O AUTOR
Kátia Storch Moutinho – é mineira de Teófilo Otoni residindo em Vitória – ES desde 1981. Graduada em Marketing, atuou em Treinamento e Desenvolvimento e passou a levar a sério sua aptidão para a literatura, dados os comentários afáveis que recebia há 12 anos quando escrevia em fotologs e blogs. Atualmente, escreve na fanpage Palavras Poéticas no Facebook e no Recanto das Letras . Convidada pela Academia Nacional de Letras do Portal Poeta Brasileiro em Campinas – SP deste ano estará também participando do lançamento da IV ANTOLOGIA DOS POETAS BRASILEIROS. Tem o objetivo de resgatar através da poesia, reflexões e valores morais mais sólidos como: respeito, afeto e solidariedade entre as pessoas.