Experiência do intercâmbio transforma a vida de brasileiros
Estudantes descobrem novas habilidades profissionais, mudam a maneira de analisar as relações sociais e fazem da experiência no exterior um trampolim para atingir novas metas
Há dois anos, Daniel Martins da Silva, 28, começou a planejar um tempo no exterior para estudar inglês. O domínio do idioma estava começando a fazer falta na carreira de analista de sistemas. “No início eu pensava em estudar inglês por um ano no Brasil e fazer um intensivo de férias”, conta ele. Um pouco de pesquisa na Internet e o empurrão da irmã e os planos mudaram: “percebi que valeria mais a pena para ficar um ano”. Esse era só o começo da mudança.
Quem também fez uma pausa em sua carreira foi Gislaine Fortes, 34 anos. A analista de suporte sempre pensou em morar fora, pelo menos por um tempo, mas a oportunidade parecia não chegar. Depois de dois anos planejando, ela escolheu a Irlanda para um intercâmbio de estudo. “Na minha profissão, o diferencial é o que conta. E o inglês faz a diferencia. Multinacionais valorizam pessoas que tenham convivido com culturas diferentes”, conta ela ao lembrar da decisão.
A aposta
Sentindo que era o momento, Daniel precisou arriscar. Uma carreira estável ficaria para trás. Foi preciso vender o carro para juntar dinheiro, deixar amigos, família e encarar algo completamente novo. “As pessoas mais próximas, principalmente minha família, apoiaram totalmente minha decisão. Algumas pessoas falaram que eu era louco por largar meu trabalho e vender meu carro, disseram que eu desistiria por ter que trabalhar em algo diferente da minha área de formação, mas eu estava determinado a fazer o intercâmbio. As poucas palavras negativas que ouvi acabaram servindo como combustível para me incentivar ainda mais a realizar este sonho” completa.
Gislaine tinha planejado tudo com calma, era o sonho da vida dela. Não enfrentou muita oposição para realizar seus objetivos, mas ainda assim confessa: “tudo é muito novo e encanta independente da sua idade. É preciso ter ‘jogo de cintura’”.
A mudança
Daniel entrou em contato com a escola em Dublin, analisou o perfil do curso e o que a instituição tinha a oferecer e decidiu que era o que queria. A chegada na Irlanda foi cheia de incertezas e medos. Depois de dois meses no país, ele passou da área de tecnologia para a de turismo. Como estava difícil arrumar um emprego, fez estágio não remunerado em uma agência de intercâmbios. A experiência abriu as portas para novas oportunidades e hoje ele é agente de Marketing na SEDA College – a mesma escola que o recebeu. “É incrível perceber que há poucos meses eu estava ‘do outro lado’, afogado em um mar de informações e tentando entender como funcionavam as coisas por aqui. Agora, faço parte da equipe que me ajudou a organizar tudo isso para minha vinda. É muito satisfatório ser a pessoa que está ajudando outros intercambistas na realização do sonho. É recompensador”, avalia.
A Seda College recebe cerca de dois mil estudantes internacionais por ano, são pessoas de até 40 nacionalidades diferentes. Construir uma escola para os intercambistas e com os intercambistas é o propósito da direção. Os escritórios do Brasil, México, Venezuela, Chile, Panamá, Ucrânia são tocados por ex-intercambistas.
Com essa abertura da escola, Gislaine também encontrou uma forma de mudar não só sua vida, mas a de tantas outras pessoas. Logo nos primeiros meses de Irlanda, motivada em participar de ações sociais, a brasileira procurou uma organização para fazer voluntariado. Ao longo de sua experiência, conheceu muitas pessoas, histórias diferentes e gostou tanto do conceito do trabalho social que tratou de envolver a Seda College nessa ideia. Ela fez a ponte entre a organização social e a escola e, com ajuda do diretor, levou o projeto para outros intercambistas. “A visão, na minha opinião, é diferente das organizações que temos no Brasil, no sentido de que você não precisa necessariamente ter dinheiro para realizar um trabalho voluntário. Você precisa de disposição, sensibilidade para perceber que quem está próximo de você às vezes só precisa de uma conversa, um café passado e um bolo feito por você. Minha experiência mudou a forma como eu realizada meus voluntariados”, diz Gislaine.
Já de volta ao Brasil, Gislaine levou o projeto e conceito de voluntariado irlandês para sua cidade natal, no Rio Grande do Sul. Com apoio de vizinhos e amigos, muitas pessoas já foram ajudadas. Mas não foi só essa a mudança que Gislaine encarou. O espírito aventureiro ficou ainda mais forte. “ Quando faltavam sete meses para voltar para Brasil organizei uma viagem por 23 cidades europeias e na volta para o Brasil passei pelos Estados Unidos. Atualmente, planejo viajar por sete meses pela América do Sul”.
Para o diretor da Seda College, Tiago Mascarenhas, participar da transformação na vida das pessoas é uma satisfação. Ele, que é brasileiro, também já foi intercambista. Escolheu a Irlanda para estudar inglês, como milhares dos alunos, mas encontrou uma oportunidade de negócios e, agora, trabalha para que todos saiam do intercâmbio transformados. “Uma das grandes vantagens do intercâmbio é que o foco não fica apenas no idioma, mas na experiência de vida que faz rever conceitos e ampliar as relações com diferentes culturas”, completa ele.
Este post é uma contribuição da assessoria da Seda College para o Guia BH Mulher
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