Dieta rica em proteína é benéfica para a saúde
Pessoas que adotam estratégia alimentar com maior consumo de proteína e menor ingestão de carboidratos tendem a perder mais gordura e apresentar redução do colesterol ruim e diminuição da pressão arterial
Os brasileiros vêm sofrendo cada vez mais com doenças relacionadas a uma má alimentação. De acordo com dados recentes da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) realizada pelo Ministério da Saúde, o número de pessoas diagnosticadas com diabetes aumentou 61,8% em um década e já acomete cerca de 9% dos brasileiros. Por sua vez, o numero de adultos obesos atingiu a marca de 19,8% da população e pessoas que apresentam excesso de peso já representam mais da metade (55,7%) dos brasileiros.
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Preocupada com esses número e tentando reverter a situação, a Associação Brasileira Low Carb (ABLC) realiza campanhas e divulga informações a respeito de uma alimentação saudável que priorize proteína e gordura e evite carboidratos. A intenção é que as pessoas baseiem sua dieta em alimentos naturais (peixe, carne, ovos e vegetais), eliminando alimentos industrializados (com açúcar e gordura artificial).
Nesse ponto, adquire muita relevância o macronutriente proteína. Segundo o médico, diretor-presidente da ABLC, José Carlos Souto, uma combinação de dieta que envolva alta fonte proteica com baixa fonte de carboidratos tem melhores efeitos no organismo humano do que uma dieta de redução de gordura (low fat), por exemplo. “Um grande número de ensaios clínicos randomizados fizeram essa comparação e descobriram que dietas de alta proteína e baixo carboidrato tem um efeito mais favorável em relação à perda de peso, composição corporal, taxa metabólica em repouso e risco cardiovascular”, afirma.
O que faz com que a proteína seja tão benéfica para perder peso (gordura) e, consequentemente, manter-se saudável é a relação estabelecida com a energia obtida por meio do carboidrato e da gordura dentro do alimento. “Pela ecologia nutricional, sabemos que quanto maior a relação proteína e energia de uma alimentação, menor o consumo calórico diário e quanto menor essa relação, maior o consumo de calorias por dia”, explica o médico endocrinologista, diretor científico de Medicina da ABLC, Rodrigo Bomeny.
O emagrecimento só ocorre quando há o deficit calórico, mas, segundo Bomeny, com uma dieta que priorize proteínas, essa perda de calorias é mais sustentável. “Isto porque os alimentos com mais proteínas por caloria são também os que apresentam maior quantidade de nutrientes por caloria”, argumenta. Ao ingerir alimentos mais densos nutricionalmente, a tendência é que se fique saciado de um modo mais eficiente. Dessa maneira, a pessoa passa a comer menos, com naturalidade, e começa a gastar a gordura acumulada.
De acordo com Bomeny, ao restringir as calorias indiscriminadamente, como se fossem todas iguais, a tendência é que o corpo se ressinta dos nutrientes proteicos necessários, originando uma diminuição do metabolismo além do esperado e o consequente aumento da fome. Assim, o corpo não buscará sua fonte de energia na gordura acumulada, como era de se esperar, mas nos alimentos, fazendo com que a pessoa continue comendo, sem perder peso.
O médico endocrinologista alerta, porém, para que se preste atenção na quantidade de proteína de cada alimento. “Não confunda o peso do alimento com a quantidade de proteína. Por exemplo, 100 gramas de carne tem aproximadamente 25 g de proteína. Já um ovo tem apenas 7 g”, destaca. De acordo com Bomeny, alimentos de origem animal tem a maior concentração de proteínas por energia. Agora, vegetais de baixo amido também são ótimos aliados para o emagrecimento e saúde, pois apresentam alta concentração de nutrientes e fibras.
Além de auxiliar na perda de massa gorda (gordura), uma dieta com maior ingestão de proteínas contribui para a manutenção de massa magra (músculos). O diretor-presidente da ABLC, José Carlos Souto, cita pesquisa que examinou diversos estudos clínicos randomizados que analisaram os efeitos de variadas dietas no organismo de pacientes. Conforme Souto, nesse levantamento, constatou-se que a ingestão de mais de 1 g de proteína por quilo de peso está associada a uma retenção adicional de 0,6 Kg de massa magra, durante o emagrecimento, quando comparado com a ingestão de menor proteína. “Em estudos com mais de 12 semanas de duração, a retenção adicional de massa magra de quem ingeriu mais proteína aumentou para 1,2 Kg”, ressalta.
Mitos sobre a dieta com bastante proteína
Primeiramente, o diretor-presidente da ABLC esclarece que, embora a estratégia low carb seja muitas vezes chamada de “dieta da proteína”, isto não é correto. De acordo com Souto, ao se comparar diversos tipos de dieta, constata-se que a proteína é o macronutriente que mais permanece constante nelas. Já a quantidade de gordura e o carboidrato ingerida varia mais em cada prática alimentar. Além disso, por serem os alimentos mais ricos nutricionalmente, as proteínas acabam saciando a fome com eficiência, autolimitando a ingestão de maiores quantidades. Conforme Souto, o maior consumo de proteína geralmente é feito de modo proposital, com a orientação de um nutricionista.
Contudo, mesmo que a low carb fosse hiperproteica, não haveria problema algum à saúde, segundo o diretor-presidente da ABLC. No que concerne à alegação de que excesso de proteína pode causar danos aos rins, por exemplo, Souto afirma que isso se trata de uma falácia lógica. Conforme o médico, é fato que pacientes com insuficiência renal apresentam dificuldades para excretar diversas substâncias, entre quais as derivadas do metabolismo de proteínas, o que faz com que não devam ser submetidos a dietas hiperproteicas. “Mas isso nada diz a respeito ao consumo proteico de pessoas normais”, enfatiza.
Muito pelo contrário, de acordo com Souto, o aumento do consumo de proteínas está associado à diversos fatores que podem influir na melhora do funcionamento dos rins. Entre eles: diminuição da pressão arterial – pressão alta é um fato de risco para doença renal e aumento da filtração glomerular, medida do funcionamento renal.
Outra alegação comum sobre a dieta hiperproteica é de que pode ser prejudicial aos ossos. Isto porque a ingestão de proteína acima do mínimo recomendado, que é 0,8 g por quilograma de peso, causa um aumento pequeno, mas mensurável, na excreção urinária de cálcio. “Uma dedução simplista pode levar a afirmar que se a pessoa está eliminando mais cálcio pela urina, está perdendo cálcio dos ossos. Ou seja, o risco de perda óssea ao longo do tempo e desenvolvimento de osteoporose se torna maior”, diz o diretor-presidente da ABLC.
Entretanto, conforme Souto, já é sabido que aumentar a quantidade de proteína na dieta faz com que o intestino absorva mais cálcio. Ademais, estudos não encontraram evidências científicas de que o maior consumo proteico esteja relacionado à perda óssea e à osteoporose. “Pesquisas recentes sugerem justamente o contrário: que dietas mais ricas em proteínas estão associadas a ossos mais saudáveis à medida que as pessoas envelhecem”, afirma.
Proteína Básica
Tendo em vista a importância da proteína para um estratégia alimentar saudável, a Associação Brasileira Low Carb (ABLC) está promovendo a ação social Proteína Básica, cujo intuito é arrecadar fundos para comprar e distribuir alimentos de alto valor nutricional a comunidades carentes.
A iniciativa da entidade surge também como resposta ao difícil momento pelo qual passam o Brasil e o mundo. Para combater a pandemia de Covid-19, optou-se pelo isolamento e confinamento social, o que levou milhões ao desemprego. Neste cenário, para muitos, a única alternativa para se alimentar de maneira apropriada e digna é através de cestas básicas doadas por pessoas físicas e organizações sociais.
Conforme o diretor-presidente da ABLC, na compreensão da entidade, a cesta básica padrão apresenta deficiências de fontes de proteína de alto valor biológico, por isso a associação pretende angariar e oferecer à população alimentos como frango, carne e ovos.
Souto destaca destaca que o objetivo da campanha é complementar a doação de cesta básica tradicional e não combatê-la. “Ela tem o seu papel e ainda que não seja perfeita, quem não come há vários dias irá se beneficiar dela. A doação desse tipo de cesta é, portanto, algo muito bem-intencionado”, declara.
Para colocar em prática o projeto Proteína Básica, a ABLC deseja contar com o auxílio da comunidade e de empresas parceiras. Mais informações sobre o projeto Proteína Básica no site: http://683fbf9.contato.site/campanha-proteina-.
Este post é uma contribuição Associação Brasileira Low Carb (ABLC para o Guia BH Mulher
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