por Chef Henrique Burd
Quando falamos de vinho, nem sempre um vinho bom é um vinho caro. Existem muitos vinhos bons e baratos no mercado. A resposta para algumas perguntas podem ajudar muito na escolha do vinho.
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– É para consumo em pouco tempo ou é para armazenar?
Se a intenção é escolher um vinho para ser consumido em pouco tempo, não existem grandes segredos, mas quando a idéia é a armazenagem é necessário verificar sua procedência, tipo da uva, safra, produtor além de garantir uma correta condição de armazenagem.
– Qual será a ocasião?
Embora o mais importante aqui seja o gosto pessoal de cada um, algumas ocasiões pedem escolhas especiais. Jantares românticos, por exemplo, podem ser acompanhados por um bom champagne, um espumante ou então por vinhos jovens e macios, que acompanham pratos leves. Ocasiões festivas vão muito bem acompanhadas com espumantes, de preferência os chamados “meio termo”, não muito doces nem muito secos, afim de agradar o maior numero de pessoas. Vinhos mais elaborados podem render um bom assunto para um jantar de negócios.
– Qual será a refeição?
A relação entre vinhos e comidas é complexa, devido à riqueza das várias associações possíveis. As harmonizações são inumeras e levam em conta uma série de fatores.
– Pratos gordurosos e suculentos, como carnes e assados, pedem vinhos com mais tanino como alguns tintos, contrapondo a secura que eles causam no palato à untuosidade do prato. A acidez também se contrapõe à gordura e é desejável em pratos em que ela se faça bem presente.
– Pratos com muitas especiarias pedem vinhos igualmente aromáticos e também com maciez para se contrapor à sensação das especiarias no palato. Um bom tinto da casta Syrah ou um branco Gewurztraminer, dependendo do prato, podem ser bons acompanhamentos.
– Não se apegue a ela, mas tampouco esqueça a tradição. O vinho de determinada região, especialmente do velho mundo, muitas vezes é muito apropriado para o prato típico daquele mesmo local. A idéia é a de que, ao longo do tempo, o vinho é adaptado de forma a possibilitar o casamento perfeito, já que nesses países essa bebida sempre foi pensada para estar à mesa.
– Pratos doces pedem vinhos igualmente doces. Aqueles à base de frutas se dão bem com vinhos brancos doces, como os de colheita tardia. Melhor se tiverem boa acidez, para não ficar tudo muito enjoativo.
– Peixes e frutos do mar, por sua suavidade e acidez, se dão melhor com brancos. Os peixes de sabor mais forte, como salmão, ou mais temperados são bem acompanhados por brancos de mais corpo, como chardonnays. Peixes delicados pedem vinhos mais leves.
– Aves e caças variam de acordo com a intensidade do sabor. Patos e coelhos selvagens se dão bem com tintos de bom corpo e intensidade aromática. Frangos e perus se casam com brancos de bom corpo ou tintos com pouco tanino ou frutados.
– Não se esqueça dos molhos e ingredientes, principalmente se ditarem o sabor predominante no prato.
– Espumantes são coringas, realmente. Mas até eles variam em estrutura e intensidade aromática.
– Existem muitas pessoas influentes, que podem fazer o preço de um vinho aumentar ou baixar com um simples comentário, mas lembre – se, o que importa mesmo é a opinião de cada pessoa na hora de escolher seu vinho, ou seja, o bom vinho é aquele que você gosta!!
SOBRE O AUTOR
Henrique Burd – Chef de cozinha do Ateliê da Cozinha, especializado em cozinha internacional, consultor e adora criar pratos diferentes.
www.ateliedacozinha.com.br